Bahia Detém o Pior Índice de Capital Humano do Brasil, Revela Estudo do CLP

 


Em uma recente pesquisa realizada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), a Bahia emergiu como o estado com o pior índice de Capital Humano do Brasil. O índice, que avalia o nível educacional da mão de obra, indicadores de inserção no mercado de trabalho e os impactos da produtividade na economia, destaca a situação preocupante enfrentada pelo estado.

O estudo analisou indicadores dos trabalhadores e a relação com a produtividade, bem como os custos associados à mão de obra. Os salários foram criteriosamente avaliados considerando a relação com a qualificação, produtividade e bem-estar social em cada unidade federativa do país.

Guilherme Dietze, consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), comenta que a posição negativa da Bahia no ranking não é surpreendente. Ele destaca a renda baixa, a alta informalidade no trabalho e uma dependência pronunciada nos programas de transferência de renda, especialmente do Bolsa Família, como fatores contribuintes para essa situação desafiadora.



Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a Bahia consistentemente ocupou posições desfavoráveis nos índices de empregabilidade de 2012 a 2022, com a liderança negativa em quatro anos dentro desse período.

Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia, explica que a alta taxa de desocupação na Bahia é resultado de uma conjunção de fatores, incluindo uma dinâmica econômica que não gera empregos suficientes e uma configuração de setores empregadores inadequada para atender à demanda.

A dependência excessiva de programas como o Bolsa Família é mais evidente nas regiões do Oeste e do interior do estado, limitando a produtividade e o desenvolvimento das pessoas, de acordo com Dietze. Ele destaca que, em algumas áreas, as pessoas optam por permanecer no programa de benefícios, impedindo o avanço regional.

Paulo Motta, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA), acredita que a Bahia persiste com baixos índices devido à falta de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade da educação. Motta enfatiza a importância de trabalhadores qualificados para oferecer serviços de qualidade à sociedade.

Ricardo Kawabe, gerente do Observatório de Indústria da FIEB, sugere que a Bahia poderia melhorar sua posição no ranking com esforços a longo prazo direcionados para aprimorar os indicadores específicos de cada pilar. Ele destaca a importância de políticas focadas na "Inserção Econômica de Jovens", sugerindo que melhorias nesse indicador poderiam impulsionar a Bahia para uma posição mais favorável no cenário nacional.


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